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[Indicação] Melhores livros de fantasia publicados no brasil

Nos últimos meses tenho lido apenas fantasia, tive muitas e excelentes leituras. Resolvi fazer,  junto com um amigo, um TOP 10 dos melhores...

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Ilíada - Homero

Resultado de imagem para iliada nova fronteiraNome: Ilíada
Autor: Homero
Páginas: 536
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2015
Resenha por: Ana Carolina


Sinopse: 
     Ilíada é considerada uma obra-prima da poesia épica. Verdadeiro marco da literatura ocidental, o grande poema narra, em 24 cantos, os episódios do nono ano da famosa Guerra de Troia. As batalhas iniciadas quando Helena, esposa do rei de Esparta, é raptada por Páris, príncipe de Troia, desencadeiam também um duelo entre deuses e humanos. Ao romper os limiares do tempo, Ilíada chega aos dias de hoje como um livro indispensável.

        Ilíada é uma história bastante antiga e conhecida no mundo todo. Chega ser bem difícil escrever uma resenha apropriada sobre ele, sendo talvez este um papel mais apropriado para um historiador ou algo assim. Nesse livro temos relatados quase todos os últimos eventos da guerra dos gregos contra os troianos, guerra esta que durou cerca de 10 anos. Ele relata desde o desentendimento entre Aquiles e Agamenon até o funeral de Heitor, filho de príamo e príncipe de Tróia. 
          O início da narrativa se dá com a ofensa de Agamenon a Aquiles pelo roubo de uma de suas criadas conquistada em batalha após a invasão do filho de Peleu e seu grupo a um templo dedicado a Apolo. Após esse ato, indignado, Aquiles decide se afastar da batalha e recorre à sua mãe, a deusa Tetis, que vai até Zeus e pede uma punição aos gregos pelo ato cometido contra seu filho. O líder dos deuses do olimpo promete que não irá interferir pelos gregos e nem deixará que outros façam. A batalha se desenrola e logo se vê que os troianos, com alguns deuses a seu favor estão em vantagem. Os gregos são empurrados de volta a seus navios que começam a ser incendiados pelos troianos.
         A derrota iminente só consegue ser evitada pelo sacrifício de Pátroclo, que se veste com a armadura de Aquiles e sai para enfrentar Heitor, acabando por ser morto por ele. Sua morte enfurece Aquiles, que reata o pacto com Agamenon com a promessa de enormes riquezas e a devolução de Briseide. Trajado com armadura divinas, sai ao encontro a caça aos troianos e com a ajuda da deusa Atena, consegue matá-lo.
         Devo confessar que esse foi um livro bastante longo e demorado de ser ,lido, não é o tipo de livro que se pega para ler 100 ou 200 páginas de uma vez. Os acontecimentos se decorrem um atrás do outro e a guerra, que é a protagonista da história, é narrada de maneira muito crua e detalhada, de modo que um grande número de embates e mortes são descritas minunciosamente. Isso torna a leitura talvez um pouco cansativa, principalmente lendo talvez pela centésima vez que a lança ultrapassa o peito de um guerreiro.
       Apesar de tudo, as cenas são espetaculares e os heróis como Odisseu, Ajax e Nestor são cativantes. Em alguns momentos, conseguimos torcer até mesmo pelos inimigos como Heitor e o próprio rei Príamo. É interessante observar a perspicácia de Homero em ressaltar uma coisa importante: tanto os Deuses como os humanos são imperfeitos. Todos mentem, enganam, tem medo e cometem injustiças. Todos tendem a querer vitórias para o próprio lado. É um livro bem legal e no final da leitura há de se perceber que a mesma vale muito a pena!
        Obs: Queria que tivesse a parte do cavalo de troia também...

Nota:

4,5/5,0


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sábado, 11 de novembro de 2017

O Guarani - José de Alencar

Resultado de imagem para o guarani livroNome: O Guarani
Autor: José de Alencar
Páginas: 279
Editora: Martin Claret
Ano: 2001
Resenha por: Ana Carolina


Sinopse: 
     O romance conta a história de amor entre o índio Peri e a moça branca Ceci, tendo como cenário o Brasil do século XVII.

        Esse livro foi um dos primeiros clássicos brasileiros que li. Foi publicado pela primeira vez em folhetins por volta do século 19 e é uma das obras mais importantes de José de Alencar, considerado por muitos como o "pai" do Romantismo brasileiro.
        A história se passa no Rio de Janeiro, em uma bonita casa à beira do rio Paquequer, onde vivem Dom Antônio de Mariz, sua esposa e seus filhos. Juntamente com ele, vivem alguns aventureiros que servem à família com a condição de poderem viver no local e terem alimentação. O índio Peri, que é provavelmente o personagem mais importante da história, entrou na família após ter salvo Cecília, a filha mais nova de D. Antônio de um acidente que provavelmente teria levado-lhe a morte. Peri associa a imagem de Cecília à Virgem Maria, figura que acredita ter lhe salvado a vida em uma das guerras entre as tribos indígenas e a quem prometeu total devoção.
        Além disso, na casa também vivem outras figuras que serão importantes no decorrer da história. Uma delas é Isabel, considerada como sobrinha do D. Antônio, mas é de conhecimento geral que na verdade seria uma filha bastarda do relacionamento deste com uma índia. Álvaro, pretendente a mão de Cecília, um homem de bastante coragem e coração nobre, e, por fim, Loredano, um ex-padre (ou jesuíta, não me lembro bem), que abandonou o celibato e rompeu seus votos em busca de uma poderosa riqueza escondida na região.
        Após a apresentação do quadro inicial, temos a geração de duas grandes fontes de conflito. Uma delas seria o planejamento de Loredano e seus cúmplices para tomar a casa de D. Antônio e raptar Cecília, e o outra que é o assassinato da filha de um dos líderes Aimorés, uma tribo de índios selvagens e bastante poderosos que tinham por costume o canibalismo.
        O índio Peri sem dúvidas é uma das figuras mais interessantes do livro, apesar de todo o exagero dado a seu personagem pelo romantismo. É uma figura, boa, forte, nobre e, apesar de lhe faltarem todos os costumes e conhecimentos adquiridos em sociedade, apresenta uma grande gentiliza e educação. Além disso, não condizendo com sua imagem de selvagem, possui uma inteligência e astúcia impressionantes, demonstrados no plano que bolou para tentar salvar Cecília e sua família dos perigos que a ameaçavam.
        Esse é o tipo de livro que, para lê-lo, necessita-se de muita paciência pois o caráter descritivo da obra de Alencar cansa inicialmente o leitor, principalmente as primeiras 30 ou 40 páginas que apenas são utilizadas para descrição do local onde se passa a história. No entanto, após superada essa fase, tem-se a história real, narrada de uma maneira cativante que demonstrará o "amor" da forma mais inocente que se poderia existir.
         É uma leitura bastante romantizada, melosa e "água com açúcar", que chega até ser enjoativa em alguns pontos, mas ganha em outros pela maneira como foi retratada a beleza do cenário brasileiro assim como a figura do índio, que mesmo hoje em dia é muito pouco lembrada. Um dos problemas que vejo na em das pessoas que leram o livro é o fato de que por ser uma obra nacional, já acharem que será chato ou ruim, o que acaba prejudicando um pouco a leitura e algumas vezes abandono do livro.


Nota:

4,0/5/0



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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A Cabana - Willian P. Young

Resultado de imagem para a cabana livroNome: A Cabana
Autor: William P. Young
Páginas: 240
Editora: Sextante
Ano: 2008
Resenha por: Ana Carolina


Sinopse: 
     A filha mais nova de Mackenzie Allen Philip foi raptada durante as férias em família e há evidências de que ela foi brutalmente assassinada e abandonada numa cabana. Quatro anos mais tarde, Mack recebe uma nota suspeita, aparentemente vinda de Deus, convidando-o para voltar àquela cabana para passar o fim de semana. Ignorando alertas de que poderia ser uma cilada, ele segue numa tarde de inverno e volta a cenário de seu pior pesadelo. O que encontra lá muda sua vida para sempre. Num mundo em que religião parece tornar-se irrelevante, "A Cabana" invoca a pergunta: "Se Deus é tão poderoso e tão cheio de amor, por que não faz nada para amenizar a dor e o sofrimento do mundo?" As respostas encontradas por Mack surpreenderão você e, provavelmente, o transformarão tanto quanto ele.

        O livro narra a história de Mackenzie Allen Philip, um homem que há algum tempo teve sua filha mais nova assassinada por um serial killer, cujo corpo nunca foi encontrado. Mack (como é chamado na maioria das vezes no livro), nunca foi um homem muito religioso, participando mais dos eventos da igreja por obrigação e convenção social e, após o desaparecimento de Missy, teve sua relação com o criador seriamente comprometida. Transcorridos quatro anos após a morte da filha, Mack recebe uma carta misteriosa supostamente enviada por Deus para que o mesmo se encontre com ele no mesmo local onde teria ocorrido o assassinato da filha, a dita "Cabana". Sem mencionar o fato a ninguém, exceto à seu amigo Will (quem nos narra a história), o protagonista vai até o local recluso e de difícil acesso, buscando talvez conseguir a paz de espírito que perdera há muitos anos após a morte da filha.
        Após chegar à cabana e encontrar com a Santíssima Trindade representada de maneira curiosa por uma mulher negra, um homem asiático e uma garota nova e alegre, Mack passa por um longo processo que o permite se aproximar de Deus e curar seu interior de traumas do passado.
         Embora esse livro tenha apresentado um caráter extremante fantasioso e surreal, a ponto de em diversas partes, a ideia original por trás da história é muito criativa e bonita, que nos revela diversas lições importantes acerca da fé, do amor ao próximo e a importância do perdão. Por mais que sejamos devotos e fervorosos, de nada adianta se os atos não forem verdadeiros e com o coração. Além disso, cita outro ponte importante de que, diferente de sua religião ou etnia, Deus é um só para todos e todos os atos bons direcionam à ele.
         Ouvi diversas opiniões acerca do livro, parte diziam que era espetacular e outras que era muito chato, na minha opinião, não seria nenhum dos dois. É apenas um livro comum que cumpre em partes seu papel. Consegue transmitir de maneira bem clara os preceitos do autor, no entanto, o caráter fantasioso do livro acaba deixando um pouco a desejar e dando talvez um leve descrédito ao que o autor quis passar. Em alguns pontos chega sim a ser um pouco chato por ser um pouco repetitivo, mas nada gritante ao ponto de dizer que o livro é chato.
        Por fim, é um livro independente de religiões e que, apesar dos pontos negativos já mencionados, vale a pena ser lido penas lições bonitas que trás.


Nota:

3,0/5,0


Vídeo-resenha:



quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Cão Vermelho - Crítica

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Título Original: Red Dog
Gênero: Comédia, Drama
Ano do lançamento: 2011
Produção: Austrália e Estados Unidos da América
Direção: Kriv Stenders
Roteiro: Daniel Taplitz e Louis de Bernières


SINOPSE
        Baseado em fatos reais, o filme conta a história de um cão que cruza os desertos da Austrália em busca de seu dono, um motorista de ônibus já falecido. Por onde passa, o cão vermelho toca os corações de quem encontra, e também foi feito membro de várias instituições, incluindo a União de Transportes da Austrália.

CRÍTICA
        Temos dessa vez um filme que é uma espécie de "Sempre ao seu Lado" australiano, no entanto com uma mescla de elementos que talvez tenha sido o melhor filme com cachorro que eu já vi. O fato de ser baseado em fatos reais dá um toque a mais em todo o sentido do filme ao imaginarmos que esse cachorro realmente existiu e que talvez até hoje existem pessoas que se lembram dele no país.
        O filme começa com o cachorro aparecendo na cidade de Dampler, no oeste australiano. A história se passa na década de 70 quando a região ainda era pouco explorada e conhecida, habitada quase exclusivamente por trabalhadores que trabalhavam em grandes mineradoras. Lá ele é adorado e bem cuidado por todos, no entanto, não é um cão de ninguém em particular. Isso muda quando Vermelho conhece John, o novo morador da cidade que nega lhe dar caronas (coisa que ele tinha costume de fazer com todos) e não cede à sua carinha encantadora. Por insistência do cão, John acaba adotando-o e levando vermelho consigo. Uma grande amizade se inicia ali, até que um dia John desaparece e Vermelho após esperar no mesmo lugar por 3 semanas, sai pela estrada em busca do dono.
         Ao contrário do que se espera, o conteúdo melodramático foi substituído por boas doses de comédia intercalada aos momentos mais sérios. Outro ponto diferente foi a maneira como a história foi narrada, com cada personagem entrando em uma parte da história de uma maneira que os eventos foram contados de maneira quase cronológica.
        A trilha sonora casa bem com o filme, por vezes encaixando músicas que combinam com a atmosfera da cena, no entanto, o que mais me chamou atenção foi a fotografia colocando em diversos momentos paisagens vermelhas e "sujas" que combinaram com a própria pelagem do cão, abraçando toda uma ideia central de que foi o cão quem "adotou" os moradores para si e não o contrário. 
        Filme fortemente recomendado!

IMAGENS












4,5/5,0

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O Pianista (2002) - Crítica

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Título Original: The Pianist
Gênero: Drama
Ano do lançamento: 2002
Produção: França, Reino Unido, Alemanha e Polônia
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Wladyslaw Szpilman e Ronald Harwood


SINOPSE
         O pianista polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma rádio de Varsóvia quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939. Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também restrições aos judeus poloneses pelos nazistas. Inspirado nas memórias do pianista, o filme mostra o surgimento do Gueto de Varsóvia, quando os alemães construíram muros para encerrar os judeus em algumas áreas, e acompanha a perseguição que levou à captura e envio da família de Szpilman para os campos de concentração. Wladyslaw é o único que consegue fugir e é obrigado a se refugiar em prédios abandonados espalhados pela cidade, até que o pesadelo da guerra acabe.

CRÍTICA
        O filme narra a história de Wladyslaw Szpilman um famoso pianista polônes que viveu uma história de intenso sofrimento durante a Segunda Guerra Mundial. No início  da trama, vemos o drama do músico nacionalmente conhecido ver sua família sendo confinada ao "Gueto de Varsóvia", uma região pequena da cidade onde foram aglomerados cerca de 400 mil judeus. Em diversas cenas está explícito o terror e a humilhação vividos pelos judeus residentes do local. Um menino é salvo pelo protagonista ao tentar atravessar a muralha do gueto, sendo espancado até desmaiar. A pior cena, todavia, ocorre em uma noite em que vários judeus são mortos sem qualquer piedade, ficando os corpos jogados indignamente no meio da rua. 
         Após ser separado de sua família é tocante. O personagem vaga desolado e solitário em meio as ruas abarrotadas de destroços e até mesmo alguns corpos do gueto. A participação dos amigos para sua sobrevivência é fundamental, mas ainda assim, não descarta a coragem e a força do protagonista a passar por todos os infortúnios numa luta desesperada pela vida.
        A paixão do protagonista pela música é uma característica evidente, como se ela o norteasse em busca de seu caminho. Essa paixão fica evidente logo no início do filme quando, apesar do bombardeio que atinge a cidade, ele se recusa a parar de tocar, parando apenas quando o próprio prédio é atingido. Num outro momento, estando mantido isolado em um apartamento deserto, ele simular tocar o piano, sem poder fazê-lo pois o barulho o denunciaria em seu esconderijo.
         A interpretação de Adrien Brody, premiada com Oscar, eleva o filme a outro patamar. Desde a transformação física de 14 quilos perdidos, as olheiras e barbas à própria interpretação do personagem, que com apenas um simples olhar transmite toda tristeza, solidão, desesperança e amargura do personagem. Com certeza esse é um dos melhores filmes referentes à segunda guerra, principalmente por conseguir misturar toda a beleza da arte simultaneamente à cenas cruas dos acontecimentos.

IMAGENS

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4,5/5,0

terça-feira, 15 de agosto de 2017

[Resenha] O Nome do Vento - Patrick Rothfuss


Nome: 
O Nome do Vento
Autor: Patrick Rothfuss
Páginas: 656
Editora: Arqueiro
Ano: 2008
Resenha por: Ana Carolina


Sinopse: 
         Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.
Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.
Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade. 
Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame. 
Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.

        Esse é o primeiro livro da trilogia "A Crônica do Matador do Rei" que vai nos apresentar a história de Kvothe, uma figura de cabelos vermelhos que ficou extremamente conhecida pelos quatro ventos em decorrência de seus grandes atos, sejam eles bons ou nem tanto.
         O livro começa em uma estalagem chamada Marco do Percurso, onde um estaleiro chamado Kote de vida aparentemente comum, até a aparição de um demônio na região onde ele vive, causando certo temor nos habitantes humildes do lugar e do próprio Kote. Pouco tempo depois, o ruivo resgata um homem no meio da floresta do ataque de um bando das criaturas  chamadas de Demônios e acaba descobrindo que esse homem é, na verdade, um crônista, ou seja, uma pessoa que escreve livros narrando histórias de pessoas famosas que são contadas oralmente a ele. O homem logo percebe a verdadeira identidade do rapaz, que é ninguém menos que o famoso Kvothe, um homem que se tornou lenda pelo país em decorrência de seus feitos absurdos.
        Com muita insistência, o cronista consegue convencer Kote a contar sua história, com a condição de que ele precisaria de 3 dias inteiros para conseguir concluí-la. Bast, o garoto que vive com ele, acaba incentivando-o também a contar a história, na esperança de que a lembrança do passado pudesse reviver o brilho que vira antes nos olhos do amigo.
        Assim começa a narrativa da história, onde o ruivo retrocede muitos anos atrás, no tempo em que ainda era uma criança e vivia com seus pais em uma trupe de artistas viajantes famosa chamada Edena Ruh. Onde ele narra a história de seus pais e de onde vem o seu dom para música e com as palavras, além de contar como começou a aprender magia de um mago que passou a viajar com ele. Kvothe desde o início se mostrava um garoto inteligente, perspicaz, corajoso e impulsivo, fazendo com que muitas vezes acabasse fazendo besteira por não pensar direito no que fazia.
         Acompanhamos a vida do rapaz até por volta dos seus 16 anos, onde acompanhamos todo o período em que viveu nas ruas e sua entrada na universidade de magia com apenas 15 anos. O livro é narrado de tal maneira que nos sentimos envolvidos por tudo o que está acontecendo com o personagem e todos as dificuldades que ele tem que passar, vibrando também a cada momento de sorte narrado. Passamos por seu primeiro amor, por sua solidão, falta de dinheiro e estabelecimento de amizades. Kvothe não é um personagem perfeito, apesar de todos seus atributos, ao contrário do que se espera, o autor fez questão de destacar o quanto a personalidade e a imaturidade do rapaz o levam a um problema atrás do outro. Ele amadurece pouco a pouco no decorrer da história e nós acompanhamos esse amadurecimento.
         É meio difícil para os fãs de fantasia não gostarem dessa história. Ela tem todos os elementos que nos fizeram nos apaixonar pelas histórias anteriores a ela e, ao mesmo tempo, consegue que tudo seja escrito de maneira bastante única e original, sendo um ponto bastante positivo para o autor. Recursos como poemas, música e artes no geral são muito abordadas aqui, o que enriquece ainda mais a história e nos remete a um autor que inspirou o Patrick Rothfuss, que foi o próprio Tolkien.
         Toda a história é narrada de maneira muito fluida, que nos prende até mesmo nos momentos mais parados, fazendo com que o leitor crie teorias e suposições, além de ficar curioso pelos próximos eventos que virão a seguir. Outra coisa importante também que está presente no livro e que me agradou bastante foi toda a aura de inocência que permeia a história para dar um tom mais obscuro no fim, como se estivesse nos preparando para os grandes conflitos e tensão que virão no próximo livro.
        Com certeza é uma obra que indico a todos os fãs de fantasia!


Nota:
5,0/5,0


Vídeo-resenha:

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Minhas próximas leituras

Olá galera! Eu sei que o blog anda parado ultimamente, principalmente devido à minha falta de tempo de ler e gravar vídeos. Vou tentar soltar um vídeo amanhã ou no sábado, mas caso não dê certo, farei aqui uma lista das minhas próximas leituras para que vocês possam vir acompanhando:

Lendo atualmente:
Anoitecer (Diários do Vampiro) - L. J. Smith

Próximas leituras:
Contato Visual - Cammie McGovem
Odisséia - Homero
Alice - Lewis Carroll
Quem é você, Alasca? - Jhon Green
As Aventuras de Pi - Yann Martel

terça-feira, 18 de abril de 2017

[Resenha] O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini


Nome:
O Caçador de Pipas
Autor: Khaled Hosseini
Páginas: 365
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2005
Resenha por: Ana Carolina


Sinopse: 
         Amir e Hassan cresceram juntos, exatamente como seus pais. Apesar de serem de etnias, sociedade e religiões diferentes, Amir e Hassan tiveram uma infância comum, com brincadeiras, filmes e personagens. O laço que os une é muito forte: mamaram do mesmo leite. e apenas depois de muitos ano Amir pôde sentir o poder dessa relação.
         Amir nunca foi o mais bravo ou nobre, ao contrário de Hassan, conhecido por sua coragem e dignidade. Hassan, que não sabia ler nem escrever, era muitas vezes o mais sábio, com uma aguda percepção dos acontecimentos e dos sentimentos das pessoas. E foi esse mesmo Hassan que decidiu quem Amir seria, durante a batalha da pipa azul, uma pipa que mudaria o destino de todos. No inverno de 1975, Hassan deu a Amir a chance de ser um grande homem, de alterar sua trajetória e se livrar daquele enjoo que sempre o acompanhava, a náusea que denunciava sua covardia. Mas Amir não enxergou sua redenção.
        Muito depois de desperdiçada a última chance, Hassan, a calça de veludo cotelê marrom e a pipa azul o fizeram voltar ao Afeganistão, não mais àquele que ele abandonara há vinte anos, mas ao Afeganistão oprimido e destruído pelo regime Talibã. Amir precisava se redimir daquele que foi o maior engano da sua vida, daquele dia em que o inverno foi mais cruel.

        A história do livro se passa no Afeganistão, mais precisamente na cidade de Cabul, já retratando como o ambiente era totalmente diferente do que é hoje, depois de tomado pelo Talibã. Esse livro irá narrar vida de duas crianças nascidas naquela cidade, em datas muito próximas. Amir e Hassan eram como irmãos, a mãe do primeiro morreu no parto e a do segundo abandonou ao garoto e a seu pai, pouco tempo depois que este nasceu. Os dois foram amamentados pela mesma mulher e cresceram juntos, no entanto a diferença de etnia os discernia. Amir era rico e filho de um dos homens mais ricos e prestigiados da região, já Hassan era filho do empregado e de descendência mongol, um hazara, considerada uma descendência inferior que durante muito tempo foi perseguida pelos Afegãos. Amir frequentava a escola, sabia ler e escrever enquanto Hassan era analfabeto e tudo o que ele conhecia de história lhe fora contado pelo amigo. No entanto, apesar de tudo, era em Hassan que as características mais nobres estavam presentes: lealdade, bondade, gentileza e coragem - tudo que faltava a Amir.
        Amir era um garoto carente que sentia necessidade de se fazer perceber pelo pai, que parecia não enxergá-lo como filho e numa dessas tentativas foi que o garoto decidiu se inscrever no campeonato de pipas da cidade. Amir era um excelente soltador de pipas e Hassan um excelente caçador (sempre sabia onde a pipa ia parar) e os dois faziam uma dupla que pretendia vencer a competição daquele ano. Amir vence a competição e Hassan vai atrás da pipa que o mesmo cortou para que o mesmo possa tê-la como troféu e a partir dali, as coisas começam a dar errado. Uma coisa horrível acontece com Hassan e Amir tem a chance de impedir, no entanto, por covardia, não o faz.
         Daquele dia em diante, Amir não consegue mais se aproximar de amigo em decorrência da vergonha e da crueldade que cometeu contra ele. Chega um ponto em que o desconforto se torna tão grande que o menino arma uma situação para que Hassan e o pai tenham que deixar a casa e desde aquele dia, ele carrega consigo a culpa do que aconteceu consigo durante toda a vida. Alguns anos depois, em uma decorrência de uma guerra contra a Rússia, Amir e o pai deixam o Afeganistão para ir aos EUA e muitos anos depois, Amir recebe uma ligação sobre algo relacionado a Hassan que poderia mudar o rumo de sua história.
        Não sei muito bem o que dizer desse livro, ele me emocionou, me fez sentir raiva, me chocou e me fez chorar algumas vezes. É uma história repleta de culpa, mágoa, rancor, traição, porém nos dá belas lições de amizade, amor e superação. Nos mostra um pouco de uma face de um pais que até hoje pouco conhecemos, mas que até hoje vive no mesmo ambiente descrito no livro. Talvez existam dezenas de Amirs e Hassans naquele pais e que a passam desapercebidos por nós. É um livro que te faz ficar profundamente apegado aos personagens e, mesmo depois que o livro acaba, ainda resiste a deixá-los sumir de sua mente. Difícil é alguém ler esse livro e não se comover ou ficar marcado de alguma forma.


Nota:

4,0/5/0



Vídeo-resenha:


segunda-feira, 10 de abril de 2017

[Resenha] Água para Elefantes - Sara Gruen


Nome: 
Água para Elefantes
Autor: Sara Gruen
Páginas: 272
Editora: Arqueiro
Ano: 2007
Resenha por: Ana Carolina


Sinopse: 
Desde que perdeu sua esposa, Jacob Jankowski vive numa casa de repouso, cercado por senhoras simpáticas, enfermeiras solícitas e fantasmas do passado. Por 70 anos Jacob guardou um segredo. Ele nunca falou a ninguém sobre os anos de sua juventude em que trabalhou no circo. Até agora.

Aos 23 anos, Jacob era um estudante de veterinária. Mas sua sorte muda quando seus pais morrem num acidente de carro. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de prestar os exames finais e acaba pulando em um trem em movimento - o Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.

Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofrerá nas mãos do Tio Al, o empresário tirano do circo, e de August, o ora encantador, ora intratável chefe do setor dos animais.

É também sob as lonas dos Irmãos Benzini que Jacob vai se apaixonar duas vezes: primeiro por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August, e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo.

"Água para Elefantes" é tão envolvente que seus personagens continuam vivos muito depois de termos virado a última página. Sara Gruen nos transporta a um mundo misterioso e encantador, construído com tamanha riqueza de detalhes que é quase possível respirar sua atmosfera.

        Esse livro nos traz um pouco da verdadeira vida dos artistas de circo dos EUA na época da grande depressão de 1929 e quem nos narra a história é o protagonista, cujo nome é Jacob Jankowski. No início do livro, Jacob está com seus 90 ou 93 anos e vive em uma casa de repouso para idosos, relatando logo no início como é difícil viver naquele lugar tendo 5 filhos e nenhum tendo tempo para cuidar dele. Logo somos remetidos ao passado do personagem através de suas lembranças, onde conhecemos quem foi o verdadeiro Jacob e grande parte de sua história. O livro irá navegar por pontos entre os momentos atuais e o passado, sempre contrapondo a vida do personagem atual com seus tempos de juventude.
        Jacob era um rapaz de 23 anos que cursava o último semestre de medicina veterinária quando uma tragédia aconteceu para mudar sua vida: um acidente de carro mata seus pais. Logo em seguida o rapaz descobre que não tem mais dinheiro algum pois os pais perderam tudo devido as dívidas do banco e por causa da crise. O jovem depois de um tempo volta a faculdade, no entanto, no dia dos exames finais, acaba surtando e sai andado sem rumo pela cidade até que chega numa ferrovia e embarca clandestinamente no primeiro trem que passa por lá.
        Logo o rapaz descobre que aquele trem pertence a um circo e passa a trabalhar por lá para sobreviver. Depois de um tempo o dono do circo descobre que ele é praticamente um veterinário e o coloca para tomar conta dos animais. A partir de então acompanhamos a história do Jacob nesse circo, conhecendo todas as coisas terríveis que estão por trás dos espetáculos dos quais os expectadores só conheciam a beleza. Os trabalhadores adoeciam e não tinham tratamento médico, não recebiam e caso reclamassem ou fossem considerados inúteis, eram jogados para fora do trem. Os animais sofriam maus tratos, desde violência física até alimentos podres.
       Além do protagonista, quatro personagens nos chamam atenção. A artista chamada Marlena por quem Jacob se apaixona. August, o marido de Marlena e domador de animais do circo, que tem um temperamento horrível e personalidade duvidosa. Walter, o anão e palhaço, com quem o rapaz divide alojamento e vivem brigando e, por fim, Rosie, a elefanta, que é inteligente, divertida, doce e o personagem mais simpático e carismático do livro.
         Esse livro possui uma leitura bem leve, agradável e fluida. Um dos principais pontos do livro em que a autora acertou foi na construção dos personagens, pois todos, até mesmo os secundários são bem construídos, coisa que geralmente não é comum se ver nos livros do gênero atuais. Além disso, temos um ambiente muito bem descrito e narrado de forma muito crua e simplória, o que torna alguns pontos ainda mais impactantes aos nossos olhos. Não é uma obra espetacular, tem alguns clichês, mas é um livro muito gostoso de ser lido e que me prendeu muito a atenção.



Nota:

4,0/5/0



Vídeo-resenha:



quinta-feira, 30 de março de 2017

[Resenha] Diários do Vampiro: Reunião Sombria - L. J. Smith


Nome:
Reunião Sombria
Autor: L. J. Smith
Páginas: 256
Editora: Galera Record
Resenha por: Ana Carolina


Sinopse: 
Elena flutua em um misterioso limbo espiritual após se sacrificar para derrotar Katherine e salvar Stefan. Sua morte cobre Fell's Church de tristeza e desalento, mas é preciso seguir em frente. Bonnie, a melhor amiga, decide guardar o diário de Elena e ali registra os lentos sinais de recuperação da cidade, acompanhada de perto por Meredith e Matt. Mas sonhos perturbadores com a amiga morta estão prestes a mudar tudo... Pelos sonhos, Elena se comunica com Bonnie e avisa de um novo perigo a rondar a cidade. E só uma pessoa pode ajudá-los: Stefan. Mas o vampiro está desolado com a morte de Elena e tentando cumprir a promessa de permanecer ao lado de Damon. Os dois vagam sem rumo, sob a cruz de sua sina: a sede de sangue. Será que ele irá atender ao chamado inesperado que o colocará novamente no caminho de Elena - e daqueles que ela ama?

        Gente, pelo amor de Deus, esses livros não acabam mais! Já estou cansada (desde o segundo). No quarto livro da série, nossa querida (só que não) Elena já não vive mais entre nós e quem nos narra a história pelos diários é a Bonnie, o que eu, pessoalmente não gostei muito pois ela é uma personagem muito infantil (até mas do que a Elena) e só vive pensando no quanto os meninos são lindos e maravilhosos e o quando ela queria-os, mas não podia tê-los.
        No início do livro, há uma aproximação de Caroline das antigas amigas tentando, de certa forma, reviver a amizade que havia entre elas. A ruiva faz uma festinha de aniversário para Meredith e convida algumas "amigas" para comemorarem. Nessa festa, após a ideia de brincar com um tabuleiro de Ouija (porque claro, não é festa de verdade se não tentarmos invocar o Tinhoso) elas conseguem fazer contato espiritual com Elena e descobrem que, de certa forma, ela ainda está viva, ou pelo menos a alma dela está presa em algum plano espiritual. Após esse incidente, algumas coisas acontecem na casa e uma das garotas acaba morrendo de maneira estranha.
         Pelos sonhos, Elena continuará a se comunicar com Bonnie e lhe contará que um novo poder está a rondar a cidade e este é muito mais forte do que o anterior. Desamparados e sem ninguém que possam defendê-los pois Stefan e Damon havia ido embora, Meredith, Bonnie e Matt tentam de alguma forma fazer contato com eles para pedir que voltem.
         Se tem uma palavra com que posso defiir esse livro é: desnecessário. A história ficaria muito melhor tendo como final o livro anterior. O sacrifício de Elena se juntando a sina eterna dos irmãos de ficarem de certa forma "brigando" entre si seria um final mais real e mais condizente com uma história de vampiros. O livro em si até que dá pra aguentar, apesar de eu ter ficado bem triste por Elena continuar atormentando o livro inteiro e não ter morrido de verdade, mas o final é simplesmente: ????. Completamente inconsistente, desnecessário, sem sentido. Fiquei muito frustrada pois a cena estava encaminhando para a algo até bom, foi meio que subir numa árvore para cair num abismo.
        Enfim, finalmente a série acabou! Só que tem mais livros falando de outros personagens ou algo assim. Como gosto de terminar esses livros que começo vou ter que terminar esse negócio #badeterna


Nota:

2,0/5,0


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segunda-feira, 6 de março de 2017

[Resenha] O Menino que Desenhava Monstros - Keith Donohue


Nome: 
O Menino que Desenhava Monstros
Autor: Keith Donohue
Páginas: 256
Editora: DarkSide Books
Resenha por: Ana Carolina


Sinopse: 
Jack Peter é um garoto de 10 anos com síndrome de Asperger que quase se afogou no mar três anos antes. Desde então, ele só sai de casa para ir ao médico. Jack está convencido de que há de monstros embaixo de sua cama e à espreita em cada canto. Certo dia, acaba agredindo a mãe sem querer, ao achar que ela era um dos monstros que habitavam seus sonhos. Ela, por sua vez, sente cada vez mais medo do filho e tenta buscar ajuda, mas o marido acha que é só uma fase e que isso tudo vai passar.

Não demora muito até que o pai de Jack também comece a ver coisas estranhas. Uma aparição que surge onde quer que ele olhe. Sua esposa passa a ouvir sons que vêm do oceano e parecem forçar a entrada de sua casa. Enquanto as pessoas ao redor de Jack são assombradas pelo que acham que estão vendo, os monstros que Jack desenha em seu caderno começam a se tornar reais e podem estar relacionados a grandes tragédias que ocorreram na região. Padres são chamados, histórias são contadas, janelas batem. E os monstros parecem se aproximar cada vez mais.

Na superfície, O Menino que Desenhava Monstros é uma história sobre pais fazendo o melhor para criar um filho com certo grau de autismo, mas é também uma história sobre fantasmas, monstros, mistérios e um passado ainda mais assustador. O romance de Keith Donohue é um thriller psicológico que mistura fantasia e realidade para surpreender o leitor do início ao fim ao evocar o clima das histórias de terror japonesas.

         O livro conta a história de Jack Peter, um menino de 10 anos portador da síndrome de Asperger (um transtorno de comportamento que dificulta a comunicação e a interação social) que vive numa pequena cidade litorânea com sua família, Tim, seu pai e Holly, sua mãe. Além disso, há cerca de 3 anos, após quase morrer afogado, Jack desenvolveu agorafobia, que é um medo mórbido de sair em lugares abertos, tornando sua personalidade ainda mais reclusa e dificultando a tarefa dos pais de cuidar dele.
        A história é narrada em terceira pessoa e logo no início do livro nos deparamos com a dificuldade que os pais tem de lidar com a síndrome do filho, além de compartilhar diferentes opiniões sobre o futuro do garoto. Tim é mais otimista, pois acredita que o filho está melhorando cada vez mais e que com muito esforço eles um dia conseguirão com que ele se torne um menino normal. Já Holly acredita que o filho não tem melhorado e que está cada vez mais difícil lidar com o garoto, achando que eles deveriam procurar uma instituição especializada onde Jack receberia um tratamento e uma atenção mais adequada. Sua opinião fica ainda mais firme após um episódio onde ela, ao tentar acordar o filho, acaba recebendo um soco do mesmo, pois o menino achava que eram monstros que queriam pegá-lo.
        Além dos pais do protagonista, temos um personagem bastante relevante da história que é o Nick, o único e melhor amigo de Jack, que basicamente é a única conexão do garoto com o mundo exterior. Seus pais são amigos de longa data e por isso Nick frequentemente vai a casa dos Keenan para brincar com Jack. Acompanhamos que esse relacionamento tem se tornado difícil nos últimos tempos, pois o menino se sente na obrigação de estar com Jack e este tem estado cansado do amigo.
        Um ponto interessante na história que foi bem retratado é a fixação do Jack por determinadas coisas, que de certa forma podem ser consideradas "fases", como exemplo, as fases dos tabuleiros e dos soldadinhos. A fixação do Jack agora é desenhar monstros, sendo a única coisa que ele faz no momento, no entanto, percebemos que a brincadeira de Jack não é mais tão inocente. Coisas estranhas vão acontecendo às pessoas ao seu redor e parecem estar totalmente relacionadas aos desenhos do menino. Seu pai e Nick passam a ver uma aparição de um homem branco e nu rondando a casa e sua mãe houve frequentemente barulhos vindos do oceano, como se alguém estivesse tentando entrar.
        Eu gostei bastante da leitura desse livro, apesar de no início ter sido um pouquinho lento, logo o autor nos prende a medida que descreve com muita delicadeza e sutileza os personagens e o ambiente em que eles vivem, para logo em seguida aprofundar a trama com cenas cada vez mais frequentemente sinistras e bizarras. A maneira como o ator narrou a história conseguiu mexer bastante com minha imaginação de modo que a todo momento imaginava as cenas em minha cabeça, quase que como num filme.
        Outro ponto muito bom, que talvez possa ser considerado desnecessário por alguns, mas que a meu ver foi essencial, foi toda a construção de uma história para os personagens e não simplesmente jogando-os ao acaso. Isso fez com que, além do suspense, essa história seja carregada de sentimentos de mágoas e ressentimentos, como se os maiores monstros não estivessem no papel e sim em nós mesmos.
        Apesar de tudo. é importante observar que este não é um livro de terror e sim de suspense com algumas pitadas de drama. Ele nos deixa tensos e receosos com os personagens, mas não chega a dar medo em sim. O final para mim, como creio que para quase todos os que leram o livro, foi totalmente surpreendente e inesperado e me fez parar por alguns minutos revirando toda a história em minha mente para assimilar o que eu havia acabado de ler.
     


Nota:

4,0/5,0
       

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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

[Resenha] O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei - J. R. R. Tolkien


Nome: 
O Retorno do Rei
Autor: J. R. R. Tolkien
Páginas: 441
Editora: Martins Fontes
Resenha por: Ana Carolina
Onde comprar: Eba/Livrarias Curitiba


Sinopse: 
A Sombra dos exércitos do senhor do escuro cresce cada vez mais. Homens, Anões e Elfos unem-se para luta contra a escuridão. Enquanto isso, Frodo e Sam penetram na terra de mordor, em sua empreitada heróica para destruir o anel.

        No terceiro livro, finalmente chegamos ao final da dura e longa jornada dos nossos personagens na luta contra o Senhor do Escuro. A cada momento que se passa, o medo e o desespero e a iminência de um final trágico assombram cada vez mais a todos, principalmente a Frodo e Sam, que cada vez mais se aproximam da Montanha da Perdição e sua jornada fica cada vez mais marcada de perigos.
        Assim como o anterior, o livro é divido em duas partes, no entanto, vemos a história se decorrer de quatro partes diferentes. Pippin segue com Gandalf para as terras de Gondor, onde ele conhece o Denethor, o regente da cidade e oferece seus serviços ao governador da última e mais poderosa resistência contra os poderes de Sauron. Merry permanece com Denethor, o Rei de Rohan, e se une ao seu exército que marchará em breve em auxílio a Gondor. Aragorn, que parte com Legolas e Gimli para a Senda dos Mortos e, por for, Sam e Frodo continuam sua caminhada por Mordor a fim de destruir o anel.
        A cada momento que se passa, podemos perceber como tudo se torna cada vez mais difícil para os protagonistas. O exército de Mordor é extremamente poderoso e avança cada vez mais, sem que aparentemente nada os fizesse amainar. Os Cavaleiros Escuros estão de volta e mais poderosos do que nunca, munidos de suas montarias aladas e levando o terror aos corações dos homens e fazendo-os fraquejar. Por mais que reforços cheguem de todas as partes, a esperança se torna cada vez menor pois o inimigo parece indestrutível. A maior e única esperança, vinda por parte de Gandalf, está na destruição do anel, no entanto seu espírito teme ao saber que Frodo e Sam passaram pela toca da Laracna.
        Milhares de quilômetros dali, a história não está melhor para Frodo e Sam, que ainda tinham que percorrer dezenas de quilômetros rumo ao seu destino final, sem comida, água, lugar para se esconder e com o peso do anel, que parece ter ficado ainda maior com a proximidade de seu dono. No entanto, seus problemas parecem mínimos, pois Frodo logo no início é capturado por Orcs. Por sorte, Sam havia retirado-lhe o anel, pensando o mesmo estava morto e os mesmos não encontraram. Apesar disso, Sam sabe que não pode partir sem seu mestre pois sua lealdade não permitiria e não conseguiria sozinho; ele deveria encher-se de coragem e tomar sua mais corajosa decisão: enfrentar o grupo de orcs para salvar seu mestre.
         Fechando espetacularmente a trilogia, Tolkien manteve sua maestria nesse livro espetacular. Apesar de serem cenas de guerra e destruição, tudo foi narrado de maneira muito bonita e poética. Enquanto lia o livro, sentia todas as perdas e aflições dos personagens tocarem-me de maneira bastante forte e a cada momento de esperança, respirava de alívio. Cenas memoráveis que descritas por Tolkien entram em nossa mente e vão se perdurar por muito tempo. Somando-se isso tudo com um final surpreendente, lindo e emocionante, esse livro fecha a obra e faz jus a toda a fama que ela própria possui. Sem dúvida, esses livros entraram no meu grupo de favoritos da vida.


5,0/5,0


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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

[Resenha] Diários do Vampiro: A Fúria - L. J. Smith


Nome:
A Fúria
Autor: L. J. Smith
Páginas: 240
Editora: Galera Record
Resenha por: Ana Carolina
Onde comprar: Amazon/Americanas


Sinopse: 
Ela foi avisada: amar um vampiro é perigoso demais. Mas o destino de Elena, apesar de assustador, atende aos seus desejos. Ao lado de Damon, ela terá que reaprender tudo enquanto um Outro Poder misterioso e sedutor a perturba e atrai.

Damon agora tem sua escolhida ao seu lado. Sua busca por vingança terminou? Uma força sombria e terrível renasce para força-lo a fazer uma escolha.

Stefan sabe que precisa por um fim ao pacto de vingança com Damon - por Elena, mas também por si mesmo. Quando o passado se impõe entre os três, ameaçando a destruir tudo que sua amada mais preza, chega a hora de se unir e esquecer as diferenças.



        No terceiro livro, Elena acorda já transformada e parte para o local onde os dois irmãos estão brigando. Ela parece não mais conhecer Stefan e somente sentir uma estranha e muito poderosa ligação por Damon, por quem se dispõe a lutar contra Stefan e até mesmo matá-lo. No entanto, após receber sangue doado por Matt e descansar por vários dias ela aparentemente volta ao normal.
        A partir de agora, teremos que lidar com a fase de adaptação da Elena ao vampirismo e sua indecisão e confusão com relação aos dois irmãos. Todos da cidade pensam que ela está morta, apesar do corpo não ter sido encontrado, e ela precisa sustentar esse fato para se preservar e proteger aqueles que ama. As únicas com as quais estabelece contato são seus amigos Bonnie, Meredith e Matt que se dispõe a ajudar na investigação de um novo problema que vem perturbado Fell's Church.
        Um novo mistério surge logo no início do livro - ela sabe que não foi Damon quem a matou. Além disso, os animais de estimação da cidade começaram, sem razão aparente, a atacar seus donos de forma violenta ou sinais de reconhecimento. Eles sabem que algo está errado, entretanto, o "outro poder" possui uma capacidade tão poderosa de se ocultar que eles quase chegam a duvidar de sua presença. Um dos únicos e poucos indícios parecem surgir da entidade que cada vez mais constantemente manda recados pelo corpo de Bonnie.
        Esse livro apresenta uma pequena melhora com relação ao livro anterior, atingindo o nível do primeiro livro. Enquanto lemos, dá para sentir um pouco o clima frio de Fell's Church atravessando a página e nos tocando suavemente. A personagem principal pouco a pouco amadurece com relação aos livros anteriores e finalmente parece perceber um pouco do mal que causou às pessoas ao seu redor, o que é um ponto positivo, O final foi realmente inesperado e agradável, com a apresentação de uma nova personagem bem condizente com a história, que foi exatamente o que eu imaginaria no contexto em que estavam (vocês vão entender quando lerem).



2,5/5,0


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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

[Resenha] O Sol é Para Todos - Harper Lee



Nome: 
O Sol é Para Todos
Autor: Harper Lee
Páginas: 364
Editora: José Olympio
Resenha por: Ana Carolina
Onde comprar: Amazon/Livraria Cultura


Sinopse: 
Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.



        O livro é narrado por uma menina chamada Jean Louise Finch, cujo apelido é Scout, de 6 anos, narrando parte de sua infância passada década de 30, na cidade de Maycomb, no sul dos Estados Unidos. Ela é órfã de mãe e vive com o pai Atticus, o irmão Jem e a governanta da casa, uma mulher negra, porém bastante instruída para a época chamada Calpúrnia. O pai das crianças é advogado e é descrito como um homem bastante rígido, justo e culto. Eles vivem consideravelmente bem, um pouco acima do nível da população da cidade. Durante um dos verões, as crianças acabam conhecendo um garoto chamado Dill, sobrinho de uma das vizinhas, e que acabou por se tornar uma peça importante das aventuras e brincadeiras dos dois irmãos.
        A primeira parte do livro narra basicamente a vida dessa família na cidade, dando foco principalmente nas brincadeiras das crianças e no convívio delas com os vizinhos. Scout é uma menina muito espirituosa e inteligente, tanto que aprendeu a ler antes de entrar na escola, além disso, é bastante corajosa e impulsiva, não aceitando levar desaforo pra casa e sempre partindo para a briga com quem a ofendesse. Sua brincadeira favorita, assim como o do seu irmão e de Dill, é inventar histórias sobre o vizinho a quem chamam de Boo Radley, um homem extremamente recluso que vivia na casa ao lado, de quem não só eles como todas as crianças da cidade tinham medo.
        Durante toda a primeira parte do livro a família é muito respeitada pelos moradores da cidade, principalmente a figura de Atticus. No entanto, tudo isso muda quando ele decide defender um negro acusado de estupro da filha de uma família branca no tribunal e, época, aquilo era inaceitável. Apesar de não existir mais escravidão,  o preconceito ainda era extremamente forte e eram segregados, vivendo em comunidades afastadas da cidades. Qualquer envolvimento com eles era muito mal visto pela população.
        Apesar de tudo e honrando seus princípios, Atticus mantém sua decisão de defender o rapaz, cujo nome era Tom Robinson e logo vemos que as acusações sob o mesmo eram totalmente falsas e sem base, apenas sustentadas pelo fato da família ser branca, esquecendo-se do fato de que eram pessoas de vida conturbada, violentos e que faziam de tudo para ganhar dinheiro de maneira fácil. Mesmo assim, não só Atticus, como também Scout e Jem são hostilizados pela população e as crianças tem de aprender a lidar com uma dura situação a qual não compreendem bem.
        O nome do livro "O sol é para todos", apesar de ser bem diferente do nome original "To Kill a Mockingbird", nos traz de maneira bem clara o que a autora poderia querer expressar. Não só lidando com o preconceito racial, mas sim a aceitação das diferenças no geral, o sol é para todos poderia ser interpretado como, a liberdade é para todos. Nele vemos as crianças aprendendo a lidar com diversos preconceitos que eles mesmo tem dentro de sim e que são naturais do ser humano relacionados à dificuldade de lidar com o que é diferente. Não só temos o caso de Tom, como também o de Arthur e outros como o do colega que é extremamente pobre e o da velhinha mal humorada que vivia sentada na cadeira na frente de casa
        Scout, se mostra uma criança bastante perspicaz no decorrer da história e acaba por compreender tudo o que acontece com sua família sozinha. Por ela vemos tudo de um ponto de vista interessante e pelos seus olhos, nos lembramos de nós mesmos quando crianças, de toda aquela parte que inflamava a cada injustiça sendo cometida e que com o passar do tempo vamos perdendo aos poucos. Além disso, seu personagem nos faz recordar bastante do papel da figura feminina da época, quando, mesmo que com sua recusa inicial, pouco a pouco a pequena Scout vai sendo inserida no papel que lhe foi determinado e que era imutável para a sociedade, o papel de senhora e dona de casa; distinguindo-se claramente de tudo o que fora imposto a seu irmão.
        O livro tem uma história emocionante e envolvente que devia ser lido por todos, pois mesmo se passando há mais de 80 anos, ainda discute temas que ainda são bem marcantes nos dias atuais. É recheado de lições e coisas que nos fazem parar para refletir em vários momentos!


4,0/5,0



Vídeo-resenha: