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terça-feira, 3 de maio de 2016

[Resenha] Elantris - Brandon Sanderson


Livro: Elantris
Autor: Brandon Sanderson
Ano: 2012
Editora: Leya
Páginas: 576
Resenha por: Julio Heber
Compre: Amazon


Sinopse: O príncipe Raoden, de Arelon, foi um dos tocados pela maldição que o levou a viver, ou a tentar sobreviver, em meio à loucura e maldições da cidade caída que, desde a maldição, tornara-se um cemitério para os que foram amaldiçoados. Prestes a se casar com Sarene, filha do rei de um país vizinho de Arelon – uma mulher que nem chegou a conhecer pessoalmente, mas que, mesmo com um casamento politicamente forçado, passou a conviver por meio de cartas – o príncipe é dado como morto, uma situação que parece ser irremediável, mas que precisa de explicações. E são esses mesmos esclarecimentos que Sarene procura ao chegar em Arelon e descobrir que tornara-se viúva antes mesmo de conhecer seu marido. E a partir daí começa a entender que terá que tomar conta de tudo sozinha, principalmente de um homem chamado Hrathen, um dos mais poderosos nobres, que está disposto a substituir o rei Iadon, pai de Raoden, para poder converter o país à religião Shu Dereth. Elantris, que intercala capítulos sobre Raoden, Sarene e Hrathen, é uma obra cheia de energia e histórias fantásticas que não permite que o leitor pense em outra coisa, senão, na cidade de Elantris e suas maldições.

A cidade de Elantris (na minha imaginação, eu a via como Atlantida na questão de beleza, cultura, pessoas que são como deuses com poderes...) caiu em declínio há alguns anos, devido à uma estranha doença que assolou a cidade e do desaparecimento da magia. Os agora chamados Elantrinos são pessoas mortas, mas que ainda possuem alguns órgãos vitais em funcionamento, sua pele e corpo em geral se degenera gradativamente e o mínimo dano não cicatriza e a dor nunca cessa, por exemplo, se você bater o pé em algo a dor jamais passará e se somará às suas outras dores dessa sua “não vida”. Para piorar, os Elantrinos não podem realmente morrer, mesmo que os esquartejem ou esmaguem suas cabeças, a dor e a fome os acompanharão para sempre, já que não podem morrer nem de inanição. Vale ressaltar, que essa fome é sobre-humana que os corroem por dentro e faz enlouquecer, o mais triste é que as pessoas que isolaram a cidade de Elantris e seus moradores, não os alimentam e depois de algum tempo com a doença, quando as dores se acumulam, os Elantrinos perdem a lucidez, já que a dor sobrepassa todos os sentidos. Ao Final ficam jogados em meio a imundice como lixos, como plantas sem raízes sem capacidade de sair do doloroso estado mental em que se encontram, em uma agonia constante.

Mapa de Arelon e de Elantris

Como se contrai a doença? Ninguém sabe. Parece afetar apenas os habitantes de Arelon (cidade ligada a Elantris). Da noite para o dia, literalmente, você acorda com a pele cheia de manchas, te pegam e jogam em Elantris, onde nunca mais vai poder sair e ver o mundo exterior. E é nessa situação que se encontra Raoden, príncipe de Arelon, que tem uma personalidade muito firme e correta. Jogado em Elantris ele se recusa a viver como os outros elantrinos - perdidos em sua própria dor e imundice – e aos poucos começa a melhorar a vida de todos a sua volta e a investigar a causa da doença que afeta todos ali.

Por outro lado, conhecemos a Sarene que vem de um reino distante para casar com o príncipe, forjando assim uma aliança entre o seu reino e o reino de Arelon. Ao chegar, é recebida com a notícia de que seu noivo tinha morrido, perplexa com o acontecido, ela decide investigar o que levou a morte de Raoden, além de tentar frustrar os planos de Hrathen, cuja atitude é bem suspeita.
Como antagonista temos Hrathen, um sacerdote de uma poderosa religião que domina quase todos os reinos. Ele está em Arelon para tentar converter os habitantes à sua religião e caso não consiga em três meses, o exército de seu país irá destruir todos os habitantes de Arelon e de Elantris. Hrathen é um personagem frio e calculista, e faz bem seu papel de vilão até o final do livro.

Elantris é um livro gostoso de se ler, um dos melhores que li esse ano, achei bem diferente dos outros livros de fantasia que li nos últimos anos. A escrita é excelente, apesar de notar um ou dois pontos que demonstraram um pouco a falta de maturidade do escritor, mas é totalmente compreensível já que é um dos primeiros livros escrito pelo aclamado Brandon Sanderson, que a cada novo livro, se mostra um dos melhores escritores de Fantasia do mundo, ao lado de grandes nomes, como George R. R. Martin e Patrick Rothfuss. Recomendo esse livro a todos os leitores e de preferência aos amantes de Fantasia.

                                                                                  4,5/5,0

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