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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

[Resenha] O Sol é Para Todos - Harper Lee



Nome: 
O Sol é Para Todos
Autor: Harper Lee
Páginas: 364
Editora: José Olympio
Resenha por: Ana Carolina
Onde comprar: Amazon/Livraria Cultura


Sinopse: 
Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.



        O livro é narrado por uma menina chamada Jean Louise Finch, cujo apelido é Scout, de 6 anos, narrando parte de sua infância passada década de 30, na cidade de Maycomb, no sul dos Estados Unidos. Ela é órfã de mãe e vive com o pai Atticus, o irmão Jem e a governanta da casa, uma mulher negra, porém bastante instruída para a época chamada Calpúrnia. O pai das crianças é advogado e é descrito como um homem bastante rígido, justo e culto. Eles vivem consideravelmente bem, um pouco acima do nível da população da cidade. Durante um dos verões, as crianças acabam conhecendo um garoto chamado Dill, sobrinho de uma das vizinhas, e que acabou por se tornar uma peça importante das aventuras e brincadeiras dos dois irmãos.
        A primeira parte do livro narra basicamente a vida dessa família na cidade, dando foco principalmente nas brincadeiras das crianças e no convívio delas com os vizinhos. Scout é uma menina muito espirituosa e inteligente, tanto que aprendeu a ler antes de entrar na escola, além disso, é bastante corajosa e impulsiva, não aceitando levar desaforo pra casa e sempre partindo para a briga com quem a ofendesse. Sua brincadeira favorita, assim como o do seu irmão e de Dill, é inventar histórias sobre o vizinho a quem chamam de Boo Radley, um homem extremamente recluso que vivia na casa ao lado, de quem não só eles como todas as crianças da cidade tinham medo.
        Durante toda a primeira parte do livro a família é muito respeitada pelos moradores da cidade, principalmente a figura de Atticus. No entanto, tudo isso muda quando ele decide defender um negro acusado de estupro da filha de uma família branca no tribunal e, época, aquilo era inaceitável. Apesar de não existir mais escravidão,  o preconceito ainda era extremamente forte e eram segregados, vivendo em comunidades afastadas da cidades. Qualquer envolvimento com eles era muito mal visto pela população.
        Apesar de tudo e honrando seus princípios, Atticus mantém sua decisão de defender o rapaz, cujo nome era Tom Robinson e logo vemos que as acusações sob o mesmo eram totalmente falsas e sem base, apenas sustentadas pelo fato da família ser branca, esquecendo-se do fato de que eram pessoas de vida conturbada, violentos e que faziam de tudo para ganhar dinheiro de maneira fácil. Mesmo assim, não só Atticus, como também Scout e Jem são hostilizados pela população e as crianças tem de aprender a lidar com uma dura situação a qual não compreendem bem.
        O nome do livro "O sol é para todos", apesar de ser bem diferente do nome original "To Kill a Mockingbird", nos traz de maneira bem clara o que a autora poderia querer expressar. Não só lidando com o preconceito racial, mas sim a aceitação das diferenças no geral, o sol é para todos poderia ser interpretado como, a liberdade é para todos. Nele vemos as crianças aprendendo a lidar com diversos preconceitos que eles mesmo tem dentro de sim e que são naturais do ser humano relacionados à dificuldade de lidar com o que é diferente. Não só temos o caso de Tom, como também o de Arthur e outros como o do colega que é extremamente pobre e o da velhinha mal humorada que vivia sentada na cadeira na frente de casa
        Scout, se mostra uma criança bastante perspicaz no decorrer da história e acaba por compreender tudo o que acontece com sua família sozinha. Por ela vemos tudo de um ponto de vista interessante e pelos seus olhos, nos lembramos de nós mesmos quando crianças, de toda aquela parte que inflamava a cada injustiça sendo cometida e que com o passar do tempo vamos perdendo aos poucos. Além disso, seu personagem nos faz recordar bastante do papel da figura feminina da época, quando, mesmo que com sua recusa inicial, pouco a pouco a pequena Scout vai sendo inserida no papel que lhe foi determinado e que era imutável para a sociedade, o papel de senhora e dona de casa; distinguindo-se claramente de tudo o que fora imposto a seu irmão.
        O livro tem uma história emocionante e envolvente que devia ser lido por todos, pois mesmo se passando há mais de 80 anos, ainda discute temas que ainda são bem marcantes nos dias atuais. É recheado de lições e coisas que nos fazem parar para refletir em vários momentos!


4,0/5,0



Vídeo-resenha:





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