Autor: J. R. R. Tolkien
Páginas: 464
Editora: Martins Fontes
Resenha por: Ana Carolina
Sinopse:
Numa cidadezinha indolente do Condado, um jovem hobbit é encarregado de uma imensa tarefa. Deve empreender uma perigosa viagem através da Terra-média até as Fendas da Perdição, e lá destruir o Anel do Poder - a única coisa que impede o domínio maléfico do Senhor do Escuro.
Há muito tempo eu me sentia envergonhada por ser uma das poucas pessoas que ainda não conhecia a obra de Tolkien. Quando estava no ensino médio sempre ouvia meus colegas comentando com ar de admiração as coisas com os quais ficavam impressionados. Me sentia meio sem jeito até, principalmente quando fui assistir os filmes pois até tinha gostado do primeiro, mas os outros não me chamaram muita atenção, não sei se porque eu dormi no meio de um (sim, eu fiz isso) ou se foi simplesmente porque não havia entendido muito bem a história. Meu primeiro contanto com Tolkien foi no livro, O Simarilon, que devo admitir que abandonei a leitura no meio, apesar de ter algumas coisas interessantes e logo em seguida li O Hobbit, que, totalmente diferente do anterior, me fez ficar apaixonada pela história dos Hobbits. Minha primeira experiencia lendo O senhor dos Anéis veio logo a seguir e confesso, não consegui terminar a leitura. Por diversos momentos a história ficava boa, mas em virtude das longas e detalhadas descrições e a linguagem um pouco rebuscada com a qual eu ainda não era acostumada, não consegui terminar de ler. Muito tempo se passou até que eu tomasse vergonha na cara e tentasse ler o livro novamente.
A Sociedade do Anel conta o início da "jornada do Anel" propriamente dita. Ela começa muitos anos após a volta da viagem de Bilbo à Montanha Solitária, junto do mais valioso e perigoso tesouro que podia encontrar: um anel de outro puro que possui a capacidade de tornar aquele que o coloca invisível. Durante anos Bilbo permaneceu vivendo muito bem na Vila dos Hobbits, sendo admirado e invejado por muitos devido à sua aparente riqueza e à estranha conservação, apesar da idade, como se o tempo não tivesse tendo grande efeito sobre seu corpo. No início do livro, ele está se preparando para comemorar seu aniversário de 111 anos, juntamente com seu primo-sobrinho que trouxera para viver consigo e que completava naquela mesma data seus 33 anos (início da idade adulta dos Hobbits). Logo após isso, Bilbo parte de sua casa deixando praticamente tudo para seu sobrinho, inclusive o anel, mesmo que com relutância para um lugar desconhecido.
Frodo então passa a morar sozinho, sob o alerta de Gandalf, o mago, para que nunca usasse o anel, pois em seu coração algo dizia que o mesmo era perigoso e isso se confirma anos depois, com mais uma visita do Mago, onde é revelado que aquele anel é nada menos do que a arma mais poderosa do Senhor do Escuro, uma entidade maligna e extremamente poderosa que quase dominou a terra-media há dezenas de anos atrás. No entanto, aquele não era o maior problema: Sauron estava ficando forte novamente, sabia que o anel havia sido encontrado e agora procurava por ele e o anel chamava por seu mestre. O jovem Hobbit deveria deixar em breve O Condado, pois os seguidores do Senhor do Escuro haviam despertado.
A partir disso inicia-se a jornada de Frodo pela terra-média juntamente com seus amigos Sam, Merry e Pippin até Valfenda, onde será formada a Sociedade do Anel composta por 9 membros, sendo eles os 4 hobbits; Gimli, o forte e duro anão; Legolas, o ágil e belo elfo; Gandalf, o mago; e dois homens poderosos de linhagem nobre chamados Boromir e Aragorn; cujo objetivo será chegar à Montanha da Perdição, em Mordor, o único lugar onde o anel poderá ser destruído.Diversos perigos aguardam a comitiva, no entanto, Terras áridas, forças naturais perigosas, criaturas das profundezas e orcs cruéis parecem estar de prontidão para atrapalhar seus objetivos.
Durante a leitura, fiquei encantada com a obra produzida por Tolkien. É impossível não deixar de admirar o universo complexo criado por ele e ficar ainda mais impressionado que tudo aquilo tenha saído de apenas uma única cabeça, numa época onde muito pouco disso era falado. Se já não tivessem me dito, mesmo assim eu já afirmaria, Tolkien mudou o mundo com sua escrita e sua obra sempre deixará marcas em praticamente todos os grandes livros de fantasia.
Um ponto que vale ressaltar é que não é um livro fácil, muitas vezes a escrita estremante descritiva e detalhada do Tolkien cansa e nos faz ter vontade de pular algumas partes ou dá um pouco de sono. No entanto não é um ponto negativo em si, pois nos força a imaginação e de certa forma, acabamos por tentar criar todos os cenários em nossas mentes. A primeira parte dessa viagem é longa e muita coisa necessita ser contada. Outro ponto extremamente interessante e que também encanta é o quanto a Terra-média parece estar viva, o quanto ela respira, o quanto luta e o quanto está em constante modificação. No início do livro, o autor diz que essa história trata-se de Hobbits, mas eu completo: trata-se de Hobbits e da Terra-média, pois não consigo deixar de enxergá-la como um personagem. Além disso, tiramos algumas lições no livro: as consequências da ganância, o valor de um coração puro, não julgar as pessoas pela aparência e, acima de tudo, o verdadeiro significado de amizade e lealdade.
Não é um livro que recomendo para aqueles que ainda não estão familiarizados com a leitura, pois, como eu disse anteriormente, não é um livro fácil e pode acabar cansando e desanimando muitos leitores a prosseguir a leitura. No entanto, para quem quiser arriscar ou já está acostumado garanto que não vai se arrepender em nenhum momento e, assim como eu, ficará ansioso por ler os próximos. Digo mais ainda, todos aqueles que se consideram fãs de fantasia deviam ser obrigados a ler esse livro (risos).
5,0/5,0
Vídeo-resenha: